Por G1MT
Toshio Ono, de 77 anos, morreu durante um incêndio no imóvel onde morava. A filha dele e o genro foram presos, após a abertura de um inquérito da Polícia Civil para apurar as causas do incêndio. Conforme a polícia, o casal confessou ter ateado fogo no imóvel.
Filha e genro foram condenados, nessa quarta-feira (1°), a 48 anos de prisão pela morte de Toshio Ono, 77 anos, em um incêndio na casa onde moravam, em Mirassol D’Oeste, a 329 km de Cuiabá. A residência do idoso pegou fogo em junho de 2021 e a Polícia Civil apurou que o incêndio havia sido provocado, e não acidental.
A sessão do Tribunal do Júri foi realizada em Mirassol D’Oeste e o genro Antônio José Soares da Silva recebeu a pena de 24 anos de reclusão e Nair Yoshiko Ono, filha de Toshio, foi condenada a 24 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão, em regime fechado. Eles não poderão recorrer da sentença em liberdade.
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), o casal morava com a vítima no imóvel em que o crime aconteceu. O MP disse que um dia antes do incêndio, Toshio procurou o Conselho Municipal do Idoso para relatar que vinha sofrendo maus tratos dos familiares.
Antônio e Nair planejaram retirar móveis e roupas da residência do pai dela e levaram para uma edícula no fundo da residência, segundo a denúncia. Assim, durante a madrugada, atearam fogo na casa do idoso.
Em junho de 2021, um imóvel na Rua Antônio Martins da Costa pegou fogo e Toshio foi encontrado morto nos escombros. Outras duas pessoas foram resgatadas da casa. De acordo com a Polícia Militar, uma equipe fazia rondas pela cidade e percebeu a fumaça.
Os moradores estavam em estado de choque e disseram que dormiam na casa nos fundos do mesmo quintal quando perceberam o fogo. Eles tentaram salvar alguns pertences, mas não conseguiram.
Até aquele momento eles não sabiam se o idoso também estava na casa, já que ele tinha o costume de dormir na casa de parentes.
Quase um mês depois do incêndio, Antônio e Nair foram presos após a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias da morte do idoso e apontou elementos de que o incêndio podia não ter sido acidental.
O casal foi ouvido, e segundo a delegada Carla Evangelista, os suspeitos afirmaram que atearam fogo no local, mas não sabiam que o idoso estava dentro do imóvel.
“Disseram que ele poderia estar dormindo na casa de um parente, o que não era corriqueiro na vida dele. Depois de ouvir diversos parentes e testemunhas, descobrimos que esse genro estava sempre ameaçando Toshio, dizendo que compraria uma arma. Judiavam dele, o deixando sem alimentos”, contou.
Além disso, o genro e a filha foram colocados para prestar depoimentos em salas separadas e, segundo ela, as versões contadas foram diferentes.
“Eles se contradiziam o tempo todo, basta separá-los. Quando estão juntos, só ele falava e a filha permanecia em silêncio, mas, quando se separavam, as versões não coincidiam”, disse.